sábado, 3 de julho de 2010

O que você fez hoje?

Você já esteve em algum lugar que gostaria de estar apenas pelo prazer de querer? O impulso da atração pelo emocional, pelo frio, pelo macabro ou pelo belo é tão fascinante para o ser humano que, quando embarcamos nesse universo desconhecido ficamos totalmente envolvidos a tal ponto que é difícil sair de imediato. O desejo pela curiosidade é tão forte no ser humano que às vezes, se não tomarmos cuidado, ultrapassamos as fronteiras do imaginário sem respeito e nunca mais saímos.

Eu já estive no Iraque. Já estive em Paris, Polônia, Inglaterra e Grécia. Já vi criaturas canibais, vi pessoas ou apenas as percebia ao meu lado. Já estive em lugares que os mais corajosos nem ousariam em entrar. Já estive na Lua, Geonosis, Kashyyyk e Kamino. Já bebi sangue de outras pessoas. Já salvei milhares de pessoas. Já fiz coisas que somente um sobrevivente faria. Já entrei em manicômios gigantes. Já fui um líder e já fui liderado. Já viajei pelo tempo e pelo espaço. Já senti o gosto da vitória e também da derrota. Tudo que fiz, vi, ouvi e senti, foi através dos olhos de outra pessoa.

O mundo dos games nos proporciona um universo de possibilidades. Quando falamos em mundos virtuais logo pensamos em uma tela com sons, gráficos e animações que nunca sairão de lá. Mas quando transportamos estes gráficos, sons e animações para as profundezes de nossas mentes, estamos trabalhando os sentidos básicos do ser humano, um trabalho no qual o único mestre é seu filho de 5 anos. Quando sonhamos, entramos em um mundo que pertence apenas à nós. Não existem controles físicos que podem travar no meio de uma ação. Se o universo é apenas nosso, então acho que podemos modificá-lo conforme nossos pensamentos. Este é o nosso controle, o pensamento.

Ultrapassar a barreira da realidade é uma tarefa que poucos jogos conseguem. Saber passar o universo proposto é um trabalho demorado. O designer deve ser criativo, paciente, ousado e sensível. Verdade seja dita: Nem todas as pessoas entrarão pelo portal dimensional do universo game. Talvez por medo, falta de conhecimento ou gosto. Mas aí vão algumas dicas evitar impactos grandes e deixá-lo interessado:

1- Comece pequeno, deixe o jogador à vontade no início, deixe ele se acostumar com sua nova roupa, sua nova personalidade;
2- Apresente seu universo, mostre o relevo, os objetos, os personagens;
3- Dê tarefas fáceis de cumprir, por enquanto.
4- Após algum tempo, passe tarefas mais complexas, porém possíveis de resolver;
5- Deixe-o escolher rumo que quer seguir, coloque mais de uma possibilidade nas soluções dos problemas;
6- Sempre coloque-o em altos e baixos;
7- Nos final de cada tarefa, recompense-o;
8- Faça-o aprender cada vez mais sobre o universo do game.

Está longe de ser uma lista pequena, mas seguindo isto, o jogador sempre lembrará que um dia fez algo tão envolvente e contará sua vivência para as pessoas.

Jogos relacionados com a matéria:
Deus Ex, Vampire: The Masquerade - Bloodlines, Thief: Deadly Shadows, Star Wars: Republic Commando, Bioshock, Call of Duty, F.E.A.R., Elder's Scroll 4: Oblivion e Mass Effect.


Abraços.